CONCEITO OBJETIVO: A psicologia positiva é um movimento relativamente recente dentro da ciência psicológica que visa a fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem “uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas” (Sheldon & King, 2001), enfatizando mais a busca pela felicidade humana que o estudo das doenças mentais.
O movimento pela Psicologia Positiva teve início em 1998, quando o psicólogo Martin Seligman assumiu a presidência da American Psychological Association (APA). Segundo ele, a ciência psicológica vinha negligenciando o estudo dos aspectos virtuosos da natureza humana.
Seligman levou a Psicologia Positiva ao patamar da produção cientifica em Psicologia e, juntamente com Mihaly Czikszentmihalyi publicaram uma edição especial da American Psychologist em janeiro de 2000, na qual enfatizaram que a Psicologia não produzia conhecimento suficiente sobre os aspectos virtuosos e as forças pessoais que todos seres humanos possuem.
Nessa publicação, apontaram as lacunas presentes nas investigações psicológicas e destacaram a necessidade de pesquisas sobre aspectos positivos como, por exemplo, esperança, criatividade, coragem, sabedoria, espiritualidade, felicidade
Assim, a Psicologia Positiva veio trazer um novo enfoque: abordar o que faz a vida valer a pena. É importante destacar que a Psicologia Positiva não desmerece, nem ignora a existência de problemas, dificuldades e transtornos, a questão é que seu olhar é outro.
Tal Ben-Shahar, um dos principais expoentes da Psicologia Positiva, apresenta o movimento como uma ponte entre os estudos científicos e a facilidade proposta pela literatura de autoajuda.
A Psicologia Positiva no caso, torna mais acessível o conhecimento produzido com rigor científico de forma que todos possam se beneficiar dos seus resultados. Isto significa de a Psicologia Positiva como ciência aplicada e acessível.
Assim, a Psicologia Positiva veio trazer um novo enfoque: abordar o que faz a vida valer a pena.
Tanto para ampliar nosso entendimento, como para identificar convergências conceituais, vamos trazer à luz a Psicologia Humanista como um ramo da psicologia em geral, e da psicoterapia, considerada como a terceira força, ao lado da psicanálise e da psicologia comportamental.
A psicologia humanista surgiu como uma reação a relações de casualidade dominantes nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável.
O primeiro teórico a desenvolver uma teoria humanista na psicologia foi Abraham Maslow, com sua teoria de Hierarquia de Necessidades Humanas – Pirâmide de Maslow, que define cinco categorias de necessidades humanas: fisiológicas, de segurança, afeto, auto estima e as de autorrealização. Suas ideias foram recebidas, mais tarde, por Carl Rogers na sua terapia centrada no cliente, assumindo assim um significado prático.
A tese central de Carl Rogers é:
“O indivíduo possui possibilidades inimagináveis de compreender-se de modificar os conceitos que tem de si mesmo, suas posturas e seu comportamento; esse potencial pode ser liberado se a pessoa puder ser trazida a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento psíquico”.
Aderente à psicologia positiva, o termo florescimento (flourishing) é um conceito que se mostra importante no contexto do trabalho por se relacionar a uma condição de prosperidade, felicidade, engajamento, automotivação, satisfação e bem-estar. O florescimento é “um estado em que as pessoas experimentam emoções positivas, funcionamento psicológico positivo e funcionamento social positivo, na maioria das vezes”, vivendo “dentro de uma faixa ideal de funcionamento humano.”, inclui vários componentes e conceitos, como cultivar forças, bem-estar subjetivo, bondade, generatividade, crescimento, e resiliência “. É um conceito central em psicologia positiva, desenvolvido por Corey Keyes e Barbara Fredrickson.
Assim, podemos interpretar que os pressupostos básicos das orientações descritas são também um painel que descreve bem a atividade de Coaching, das habilidades do Coach e seus padrões. Como curiosidade, o curso “Certified Happiness Trainer” de Tal Ben-Shahar, “guru” da Psicologia Positiva acima citado, oferece como bônus de participação, acreditação em unidades de pontuação CCE ICF (https://happinessstudiesacademy.lpages.co/cihs/).
No sentido de trazer luz à ação de Coaching para “dentro de uma faixa ideal de funcionamento humano.”, despertando a si e aos outros um Propósito: A palavra propósito leva o pensamento àquilo que mais queremos, como se fosse a única coisa que nos move para frente, em sua direção. O motivo pelo qual fazemos o que fazemos.
Hoje sei que o propósito que tinha, mudou, agora quero sobreviver à pandemia que assola o mundo.
Então o propósito é mais de um? Muda com circunstâncias do tempo, do entorno, de fatores além do nosso alcance e possibilidades de alterá-los?
O propósito a ser estabelecido, projetado, pode ser aperfeiçoado, como uma determinação, com bom senso e tino, deve ser mesmo a razão para fazermos o que fazemos, o que nos torna um ser humano mais completo, o que nos levará entender que chegamos à algum lugar, ao menos nos movemos tentando…
Com firme propósito, até o próximo post!
Kelly Cevallos – Coach ICA