É importante repensar o modelo de liderança e praticar novas formas de gestão.
Passar conhecimento, motivar a equipe, acompanhar a evolução dos colaboradores, apontar melhorias quando necessárias, criar engajamento entre funcionário e empresa, entre outras atividades, são posturas essenciais a um líder.
Mas engajar pessoas, com base no propósito de uma organização quando o cenário de trabalho muda, como a gerado agora pela pandemia, é ainda mais desafiador quando o assunto é liderar.
Principalmente quando durante o horário de trabalho existe uma distância física entre o líder e seu time.
Conforme levantamento realizado pela Talenses Group, especializada em recrutamento, em parceria com a Fundação Dom Cabral, em média, 70,3% dos trabalhadores do país estão em home office durante a quarentena.
O estudo, feito com 375 companhias brasileiras, também revelou que na indústria, de fevereiro para março, a porcentagem de funcionários em trabalho remoto passou de 15,2% para 51,1%, enquanto no setor de serviços o crescimento foi de 25,6% para 76,3%. O comercio foi o que manteve a menor taxa, por continuar funcionando em atividades essenciais, de 11,7% para 22,9%.
Com essa nova realidade, é importante repensar o modelo de liderança e praticar novas formas de gestão em que prevaleçam autonomia, responsabilidade e cooperação entre os colaboradores. Algumas ações, no entanto, podem fazer a diferença na criação de uma rotina mais produtiva.
Organizar junto com o colaborador o que é prioridade e o cronograma das entregas, focando no resultado e não no controle; oferecer apoio técnico para o desenvolvimento das tarefas; estabelecer uma comunicação clara e efetiva para que não surjam dúvidas entre os funcionários; e manter a equipe informada das novas estratégias da empresas são alguns exemplos de atitudes que auxiliam neste momento.
Além disso, em tempos de crise a insegurança, a ansiedade e o estresse aumentam. Com isso, o líder deve estar preparado para lidar com questões, como o bem-estar emocional e a saúde mental da equipe. O gestor ainda precisa cuidar de si para que sua equipe possa segui-lo, já que o líder é um exemplo para seu time.
É preciso também que se crie um ambiente de diálogo e confiança entre todos os colaboradores, pois muitas pessoas estão enfrentado momentos difíceis durante o isolamento social, inclusive perdas de entes queridos. E, ter um espaço em que elas se sintam acolhidas na hora de voltar para as empresas, é um ponto importante.
Após esse período de turbulência, na retomada pós-pandemia, novos desafios precisarão ser enfrentados e uma nova rotina existirá, pois, o mercado não será o mesmo. Além de planejamentos estratégicos para o curto, médio e longo prazos, as empresas e profissionais precisarão estar preparados para se adaptarem às transformações, inclusive as digitais, que chegaram para ficar.
Flávio Vinte- É empreendedor e CEO da Vivaçúcar.
Fonte: https://jornalempresasenegocios.com.br